
Segundo Daniel Garbuglio, diretor da Experis, empresa de RH
especializada no mercado de TI, a pessoa que possui conhecimentos em duas ou
mais tecnologias consegue destaque no mercado e durante os processos seletivos.
“É raro encontrar um projeto que requer apenas uma linguagem”, diz.
O esforço e determinação de continuar os estudos em TI
diferencia o profissional durante as seleções de emprego, mas o diretor explica
que a experiência em projetos é o segredo para o desenvolvedor conseguir os
melhores cargos.
“É perigoso restringir ou indicar uma tecnologia como uma
excelente fonte de renda porque o mercado muda constantemente. É o caso dos
especialistas em Cobol e mainframes. Poucas pessoas dominam esta área e os
desenvolvedores cobram o salário que eles querem”, diz.
A dica do diretor aos interessados em retomar os estudos é
focar o esforço em uma tecnologia complementar ou similar aos conhecimentos
previamente adquiridos. Além disso, a pessoa deve evitar linguagens
concorrentes para evitar possíveis dúvidas ou desinteresse. “Há áreas de TI
onde os profissionais enxergam o código como uma religião”, explica.
Garbuglio comenta que a desvantagem pode aparecer se a
pessoa somente planeja ler por curiosidade sobre a linguagem com o objetivo de
conhecer um pouco de tudo. “O esforço não vale a pena se o profissional carece
de especialização em uma linguagem. É melhor conseguir a vivência em um
ambiente antes de partir para os estudos de outra tecnologia”, recomenda.
Já Anderson Lacerda, desenvolvedor com conhecimentos em C, C
#, Genexus, Visual Basic, PHP e Shell Script, diz que a etapa mais difícil dos
estudos é obter conhecimentos avançados na primeira linguagem. “A pessoa
adquire proficiência a partir da segunda ou terceira tecnologia estudada. As
estruturas e a lógica de programação são similares, mudam apenas os nomes dos
comandos”, diz.
Hoje, Lacerda afirma que, em média, consegue aprender uma
nova tecnologia em três dias e que o investimento vale a pena. “Conquistei uma
vaga em um projeto específico em uma empresa, mas o cliente mudou todo o
planejamento. Eu seria dispensado se eu não tivesse o interesse em estudar
outras tecnologias”, lembra.
O desenvolvedor concorda com Garbuglio e diz que há mais
chances de conquistar a vaga de emprego durante um processo seletivo se o
candidato estudou mais de uma linguagem. Além disso, comenta que esta é uma
característica do mercado brasileiro de TI.
“Nos Estados Unidos, por exemplo, as corporações buscam
especialmente por profissionais altamente especializados e no Brasil os
desenvolvedores devem ter um conhecimento geral sobre as tecnologias”, afirma.